segunda-feira, dezembro 26, 2005

Acabando bem pra começar melhor





















Esse ano acaba como todos os outros, no fim. Isso é bom sinal porque tal como vão as coisas poderíamos ver o ano indo em agosto por exemplo. Coisas do futuro próximo onde a morte não existirá, apenas uma saidinha pra reencarnar e voltar na ativa, como nos filmes de aventura.
Por falar em fime ontem fui ver Natal em Miami com as crianças. Filme italiano no etilo brasileiro de pornochanchada dos anos 70 só que com mais dinheiro, mas a merda é a mesma.
A ação se passava na dita cuja cidade dos velhos e caretas ricos do mundo inteiro, governada pelo irmãozinho do Bush Jr, Jeb Bush, que por sinal tem o seu nome citado no final do filme como a pessoa que permitiu que o filme fosse feito no seu curral, digo sua cidade. Coisa incrível nos dias de hoje, citar o nome do político da hora, e amigo do diretor. Republica bananeira.
Pois é...tambem gostaria de seguir com as críticas a alguns métodos e costumes italianos como o de fazer uma pausa de uns 10 minutos em todos os filmes e todos os cinemas do país. Dá aquela sensação de desespero saber que em qualquer momento do filme vai parar a projeção pro pessoal fumar um cigarrinho e comprar mais pipoca com coca-cola, como se aquela dose gigante do começo da sessão não bastasse. Eu fico realmente alterado com esse tipo de coisa. Me parece um retrocesso cultural e um abuso por parte do sistema que, afinal de contas só busca o aumento do consumo dos espectadores e nada mais.
Hoje tambem foi dia de digestão pesada devido ao bacanal de sempre nessa época do ano. Já sabemos que é um costume no mundo inteiro, comer muito no natal, menos na Africa, porque lá não comem nem muito nem pouco. E pensar na quantidade de comida que aqui se joga fora.
Vou terminando com os votos de um ano melhor pra o mundo em geral e especialmente para aqueles paises que estão em guerra e não sabem porque. Que o ano que vem estejam em paz e porque "sim". Para todos que possam fazer algo pela mudança, que façam. E finalmente desejo saúde para o planeta verde porque a coisa vai ficar preta. Sigamos ao menos tentando ser, fazendo outros igualmente felizes. Fui... pro ano que vem....

terça-feira, novembro 29, 2005

Playing for Change em Barcelona





















Tocando para mudar ou tocando por mudanças é a mesma coisa dentro da filosofia de www.playingforchange.com , um projeto sonoro-visual muito interessante de um pessoal que conheci em Barcelona em abril de 2005.
Mark Jonhson e compania sao uma troupe de amantes da musica em todos os aspectos e muito sensibiles em quanto ao trato com as pessoas.
Foi e é um prazer colaborar com eles nesse projeto que é o seguimento de um outro ja feito nos EUA em 2003, em que foram gravados em audio e video, varios grupos de musica que atuavam basicamente nas ruas dos Estados Unidos.
Todo o material sonoro foi compilado, editado e distribuido em um cd com um tema de cada grupo; e um documental com o qual participaram de varios festivais em Europa e America do norte, ganhando importantes premios.
Agora é a hora de Tocar para Mudar no mundo e foi assim que eu conheci essa rapaziada. Estamos fazendo um novo documental sobre a musica mais autentica de vários lugares do planeta.















Já temos material gravado nas ruas e lugares especiais de Barcelona como parque Guell, Ramblas e a praia da Barceloneta(com a excepcional participação de Manu Chao), Japão, Arizona(USA) com os índios do deserto e a próxima parada sera Africa do Sul. Depois vira Índia, Brasil e muitos outros lugares onde pretendemos captar o verdadeiro espirito da musica.
Essa foto dai de cima foi tomada em Barcelona numa sessao de gravaçao na terraça do meu amigo Guilherme, um sambista carioca, ativo na cena musical da Catalunya desde alguns anos.
A foto abaixo é relacionada a um grupo de músicos multiétnicos que atua nas ruas e praças de Barcelona. A foto foi feita no mercado da Boqueria em plena Ramblas.

 

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Negocios e Oportunidades do dia













Hoje estive participando de uma feira de negócios, franquias e oportunidades. Coisas de um outro mundo do qual não estou acostumado. Homens de gravata, mulheres bonitas e sorridentes. Isso sim estou acostumado, a mulheres bonitas e sorridentes porque as vejo com olhos contentes e as faço sorrir com minhas maneiras. Em quanto aos homens de gravata, o último que vi foi um advogado que cuida dos meus problemas com a lei. Mas vamos direto ao assunto do dia, que é o mundo do dinheiro.
O lugar onde estive era uma feira de franquicias, como todo negócio desse tipo um lugar com muito dinheiro pelo meio, pelos lados, por baixo e por cima. Glamour, design, brindes, musiquinha eletrônica e gente fina, ou pelo menos parecendo fina pois hà muito engano tambem. Tipo travesti.
Eu tinha um convite que ganhei por internet e como era de graça, pensei que poderia aproveitar para belicar alguma coisa la dentro, e assim foi.
Nos que promoviam restaurantes eu comi de tudo, sanduiches, batatinhas, canapés variados, cafés e sobremesas. Nos stands de estética tomei uma massagens, fiz as unhas e descansei nas poltronas ergonômicas. Fui passando por todos os lugares várias vezes até que alguns já me reconheciam e davam tchauzinho com a mão. Acabei conquistando amizades.
Entre tantas oportunidades acabei vendo algumas chances de montar um negócio. Recolhi muita publicidade que logo acabaram no lixo, reciclado logicamente. Acabei tomando mais cafés do que devia e agora tenho azia.
Tenho comigo umas 10 canetas, 3 blocos de anotações, calendários de todo tipo, chaveiros, bolsas variadas e uma montanha de revistas especializadas.
Achei uma coisa interessante entre várias. A oportunidade de representar uns subministradores de maquinas de café com exclusividade da Nestlé. Chance de ganhar um dinheiro com uma inversão pequena mas com o incoveniente de um contrato mínimo de 5 anos, além do mais, se trata da Nestlé, uma das empresas mais funestas do planeta. Manipuladora de preços e quase um monopólio do negócio de cafés e chocolates no mundo. Uma empresinha de fundo de quintal da Suiça. Terra de pobres leiteiros e fabricantes de canivetes.
Mas o dinheiro é o que importa nesse momento, e sempre, quando não se tem.
Foi uma tarde muito proveitosa em que eu comi, bebi e me relaxei de graça, ademais vi umas luzinhas no fim do túnel. O problema é que para chegar até lá tenho que engolir o sapo suiço sem tampar o nariz nem pensar nos amigos do brejo. Prometo que se ganho dinheiro, só comprarei café da cooperativa.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

ZAS- Zaragoza Accion Sonora

Estive este fim de semana em Zaragoza, tocando com Lord Sassafras, um amigo DJ e produtor musical. Foram 4 apresentações em pequenos locais distribuidos pelo centro historico dessa cidade central da Espanha.
A experiência é nova para mim a pesar de haver provado alguma vez com a musica eletrônica. O meu amigo é quem controla os loops e fragmentos sonoros em que eu, encima, vou colocando as vozes, o violão, o cavaquinho e as percussões. O público em geral gostou da proposta. Isso se vê na cara do povo. Quando há mais sorrisos, é que a coisa funciona. Eu tive a delicadeza de lembrar velhas canções da MPB e colocá-las no repertório, o que deu um toque retro ao negócio. Eles adoram isso.
A cidade de Zaragoza é onde a Zara gosa e as outras tambem se voce der o que elas querem e desejam. Eu dei e tambem gozei.
Esta é uma cidade com muita luz. É incrível a luminosidade dessa cidade.
Coincidimos nesse fim de semana com um campeonato de basquete, a copa do rei. E ganhou um time da Andaluzia contra o Madri. Ista já é outro gozo. Alí são muito anti Madri e eu tambem sou anti poder, que é o que significa hoje esse time e essa corporação.
Fiz algumas amizades muito interessantes. Gente das artes, poetas, musicos e tambem gente comúm porem inquietas. Gostei de ver.
Devemos repetir no mes que vem com algumas atuações alí.
Agora já estou em barna (que é como se chama Barcelona, uma espécie de Sampa), barça é o time de futebol. Só para deixar claro o assunto.
Aquí como sempre me sinto em casa e afinal é a minha casa desde 1990.
Hoje chega nosso companheiro de AP, o Kike, um engenheiro Sem Fronteiras que esteve en El Salvador por 4 meses num projeto solidário. A ver o que ele conta dessa experiência tão original e estimulante.
Hoje o dia esta nublado e frio mas me sinto confortável depois desses dias fora do ninho. Nada como a casa da gente, ainda que seja pior do que as outras.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Tenho Dominio





















Agora sou um ser dominante. Tenho um dominio no outro lado do mundo, em um pais que me da a oportunidade de ter meu proprio lugar ao sol de internet. Agora sou um novo homem, com meu nome escrito em letras grandes, nas linhas da rede. Todo mundo pode entrar e sair da minha casa quando quizer. Isso é fantástico. Vou me informar sobre este pais tão simpático que me abriu as portas sem me conhecer e confiou em mim um dos seus cantinhos para que eu possa fazer o quer der na telha. Não vou decepcionar este povo humilde e solidario com uma pagina porno ou qualquer coisa parecida. Por enquanto só estou redirecionando este blog. Comentem. Escrevam. Abram-se para essa nova experiência. Entrem na minha casa virtual. Sintam-se a vontade como se a casa fosse sua. E é.

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Saudade deles



Ha momentos na vida que você sente tanto a falta de algumas pessoas que serias capaz de tirar-las dos teus sonhos e abraçá-las.
Sonhes o que queres sonhar, vais onde queres ir, porque voce só tem uma vida e uma oportunidade de fazer as coisas que gostaria de fazer.
Tenha a suficiente felicidade que te faça doce, a suficiente tristeza que te faça humano e a suficiente esperança que te faça feliz.
Ponha-se sempre na pele das outras pessoas e sintas que te fazem mal. Provavelmente tambem é o que sente a outra pessoa.
A maioria de gente feliz não necessariamente tem o melhor de cada coisa, eles simplesmente pegam o melhor das coisas que aparecem ao longo do caminho.
A felicidade existe para aqueles que sofrem porque somente eles podem apreciar a importância das pessoas que tocaram passar por suas vidas.
A vida começa com um sorriso, segue com um beijo e acaba com uma lágrima.
Quando voce nasceu estavas chorando e todo mundo a tua volta estava sorrindo.
Vive a tua vida de tal maneira, que quando você morra seja tu o que ri e os outros, os que choram.



domingo, janeiro 30, 2005

Domingo pede cachimbo














Depois de passar varios dias resfriado e com dores em todo o corpo, hoje acordei com só uma dor. É aquela dorzinha chata que nos acompanha durante muito tempo da nossa vida. É a dor da perda. Não que eu tenha perdido nada em concreto como um edificio ou uma casa de tijolos, mas vejo que perdi muitas coisas durante toda a vida. Por exemplo perdi a virgindade tarde. Assim sendo, perdi muitas oportunidades de provar com essa coisa tão gostosa, mais cedo do que alguns amigos. Principalmente os que já tinham namorada. Logo perdi uma eleição como candidato a vereador. Quanta coisa perdi com isso. A credibilidade que já era pouca, eu vi no chão por uma coligação que o meu partido no momento o PV, fez com a direita conservadora e nefasta. Na época eu pintei o meu cabelo de verde para chamar a atenção, não bastando os meus quase dois metros de altura e minha cara de louco desvairado. Distribui sementes e receitas de sabão caseiro junto ao famoso santinho, coisa que todo mundo olhava com receio pois esperavam camisetas, açucar, óleo e outros presentinhos como os de políticos ricos e corruptos, que abundavam na época. Hoje estamos um pouco melhor. Abundam menos e os presentes são outros. Continuando. Perdi uma familia pois depois de 10 anos de convivência eu já não sabia mas como esconder minha frustação com o modelo que seguíamos de familia feliz, com foto na parede e tudo mais. Perdi a oportunidade de mudar, de tentar uma nova faceta de pai de familia, de homem de bem sem os vícios que fui adquirindo durante a vida. Perdi a cabeça várias vezes por uma bunda. Mas a principal perda com essa situação foi a de ver os meus filhos crescerem longe dos meus braços e eu dos seus. Continuei perdendo empregos, namoradas, amigos, endereços, chaves, e principalmente perdi a vergonha e acabei no mais baixo desse mundo que é a pornografia e a prostituição. Depois de uns tempos perdidos na bruma espessa do vício,além de deixar de fumar, tambem deixei de tragar e ainda tento escapar das garras da soberbia, nesses dias de amor e luz que tenho junto aos meus filhos quando estou com eles. Perdi a pele, o norte, o trem e o sono mas não a sensibilidade.

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Por que o frango cruzou a estrada?



















Algumas respostas:

PROFESSORA PRIMARIA: Porque queria chegar do outro lado da estrada.
CRIANÇA: Porque sim.
XUXA: Porque estava feliz como eu.
PLATÃO: Porque buscava alcançar o Bem.
ARISTÓTELES: É da natureza dos frangos cruzar a estrada.
NELSON RODRIGUES: Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.
MARX: O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.
MOISÉS: Uma voz vinda do céu bradou ao frango: "Cruza a estrada!" E o frango cruzou a estrada e todos se regozijaram.
ALMIR KLINK: Para ir onde nenhum frango jamais esteve.
MARTIN LUTHER KING: Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.
MAQUIAVEL: A quem importa o porquê? Estabelecido o fim de cruzar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.
FREUD: A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de sua insegurança sexual.
DARWIN: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.
EINSTEIN: Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
FHC: Por que ele atravessou a estrada, não vem ao caso. O importante é que, com o Plano Real, o povo está comendo mais frango.
GEORGE ORWELL: Para fugir da ditadura dos porcos.
SARTRE: Trata-se de mera fatalidade. A existência do frango está em sua liberdade de cruzar a estrada.
MACONHEIRO: Foi uma viagem...
PINOCHET: El se fué, pero tengo muchos penachos de el en mi mano!
ACM: Estava tentando fugir, mas já tenho um dossiê pronto, comprovando que aquele frango pertence a Jorge Amado. Quem o pegar vai ter que se ver comigo.
FEMINISTAS: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso,convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para cruzar a estrada
PDT: Para protestar contra as perdas internacionais promovidas por esse governo neoliberal e entreguista, e apoiar a renúncia de FHC, já ! Fora FHC!
MALUF: Não tenho nada a ver com isso. Pergunte ao Pitta.
NIETZSCHE: Ele deseja superar a sua condição de frango, para tornar-se um superfrango.
CHE GUEVARA: Hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura.
BLAISE PASCAL: Quem sabe? O coração do frango tem razões que a própria razão desconhece.
SÓCRATES: Tudo que sei é que nada sei.
PARMÊNIDES: O frango não atravessou a estrada porque não podia mover-se. O movimento não existe.
CAETANO VELOSO: O frango é amaro, é lindo, uma coisa assim amara. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de Canô, quisera comê-lo, ou não!
DORIVAL CAYMMI: Eu acho (pausa)... - Amália, vai lá vê pronde vai esse frango pra mim, minha filha, que o moço aqui tá querendo sabê...
CARLA PEREZ: Porque queria se juntar aos outros mamíferos.
SURFISTA: O bicho atravessou, cara... Bicho manêro, aí. Demaaaaais...Issah...
PORTA-VOZ DA OTAN: Era um frango??! Iiiihhhh...
CRIANÇA DA AFRICA: Que é frango?

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Hoje escrevo desde o Pc do B (de Barcelona)





















Hoje escrevo desde o Pc do B (de Barcelona), que acabo de ganhar de uma amiga. Ganhar não seria palavra já que ela me deixou o computador até que necessite.
Eu estava precisando de uma máquina para escrever tranquilamente sem a pressão do relógio e do dinheiro. Num cyber Café voce paga ainda que não esteja conectado a internet. Agora estou no meu pequeno e frio apêzinho, sozinho, para rimar, e um pouco depressivo pois hoje roubaram o carro dos meus pais. Um Voyage de mais ou menos 20 anos, a idade media dos ladrões de carro no Brasil. Foi durante a “siesta” dos velhinhos, como eu os chamo carinhosamente.
Depois de comer, a sabeduria popular já diz, que é bom relaxar por uns 15 ou 20 minutos num sofá ou algo parecido. O melhor seria a rede mas nem todo mundo tem uma em casa. Naquela meia hora o carro foi roubado sem violência nem barulho. Tudo na maior profissionalidade.
Sem falar na tristeza que meus pais devem estar sentindo pela perda de um artilugio que é de importante necessidade pois eles não usam o carro como um luxo e sim para desplazar-se com mais comodidade que em um ônibus. Sem falar na angustia de saber que a qualquer hora e em pocos minutos, uma pessoa pode perder o que custou tanto esforço e dias de trabalho.
Minha mãe me ligou para dar a má notícia e contando o sucedido, ria pra não chorar. É que meus pais tem um bom humor até em dia de enterrro. Creio que é um dom.
Aquí em Barcelona fez um dia esplendido com muito sol e luz. Nada daquele frio cortante de ontem. Deu vontade de ir a praia ainda que fosse só para dar uma passeadinha pelo passeio marítimo e pisar a areia trazida do fundo do mar para essas novas praias de Barna.
Hoje pensei tambem nos tão temidos Tsunamis. Seguramente que Barcelona igual que o Rio de Janeiro e todas cidades costeiras do mundo, tem agora uma coisa mais para se preocupar. O aviso foi dado. A terra esta se mexendo e com isso muita água vai rolar.
Por internet vi uma web sobre ilusões óticas e fiquei um bom tempo olhando aquele montão de imagens que dão vontade de rir pois é surreal, a ilusão dentro de outra ilusão que é internet.
Na red voce não sabe realmente o que passa. Quem é quem. De onde vem tudo o que chega através dos milhares de Spams. Tem alguem aí? No chat o chato pode ser uma mulher disfarçada tirando um pelo da moçada. E as correntes???!!!
Agora a noite tem um show de uns amigos. Eles tocam chorinho, musica que eu adoro e tambem tento tocar mas a vêia roqueira sempre enche o coração de ansiedades e o chorinho acaba virando reggae. Boa mistura por sinal. Tenho vontade de ouvir música ao vivo. Desde que vim do patropi ainda não fui em nenhuma balada onde houvesse música e musicos. Voces entenderam né?

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Acordei cedo

















Hoje acordei cedo pra uma entrevista de trabalho no Mercabarna, uma especie de Ceasa, onde eu poderia ser contratado para despachar caixas frutas e organizar a loja. Legal pois adoro as frutas. Não sou banana e nem gosto de descascar nenhum abacaxi mas não vou dar uma de laranja e deixar de lado essa oportunidade. Entreguei o meu curriculum ou seja o meu rico cu pro nego olhar dentro do que fui até esse momento. Só não coloquei as loucuras de juventude como montar uma banda punk só pra poder cuspir no público e arrumar briga com todo mundo, ficar pelado na praça pra protestar contra a política cultural da minha cidade e outros atos surreais. Ficou tudo no mais angelical. Bom moço, formado no 2º grau completo apesar de ter sido expulso algumas vezes de alguns colégios, ajustador e torneiro mecânico pelo Sesi só pra entrar na Embraer e ganhar bem, radialista locutor pelo Sesc com título reconhecido e tudo, vendedor de banana na feira 2 de São José dos Campos nos anos 80 e por fim gerente de loja de música em Assis, emprego que me deu uma coleção de discos vinil de dar inveja. Aqui na Espanha tambem tive as minhas recaídas em relação ao trabalho. Fui funcionário de uma empresa de alimentação ecológica trabalhando ora no armazem, ora na distribuição dos produtos. Sempre tinha Tofus, Seitan, germinados de Soja, bolachas e macarrão integral, entre tantos produtos muito saudáveis que eu nunca tinha tido contato apesar de tentar comer equlibradamente. Pois é, fiz a entrevista e agora estou esperando a resposta. Pela cara da moça que me atendeu, eu serei contratado pois ela foi muito simpática e me deu muitas esperanças. Seremos bons companheiros de trabalho. Rá Rá Rái como diria o SS. Amanhã sera outro dia. Como não poderia deixar de ser. Tenho que correr atráz do prejuízo.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Só pra matar o bicho














Hoje foi um dia de busca de trabalho a toda custa. Dei tiro pra tudo quanto é lado e coloquei meu nome em todas as listas de emprego que vi na minha frente. Vamos ver o que acontece. Amanhã não será muito diferente pois preciso encontrar uma fonte de renda rapidíssimo. As contas vão chegando pela porta e eu saindo pela janela. O bom do dia foi encontrar um amigo de Figueras, tera do Dalí e o meu amigo é de lá. Bom baiano que sempre diz "axé meu pai", o cara tem um grupo de percussão que esta na crista da onda. Eles abriram o show/carnaval do Carlinhos Brown em maio passado, dentro da programação do Fórum Universal da Culturas Barcelona 2004, que é como se chamou esse super evento mundial. Já falaremos mais sobre esse "Fórum".
Eu e meu amigo estivemos na Fnac tomando um café e falando de projetos criativos, composição de músicas e como não, falando mal dos outros, no bom sentido é claro. Como se aproxima o carnaval deste ano, todas as prefeituras, salas de shows, discotecas, e locais variados, buscam os brasileiros pra montar uma festa, desfile ou coisa parecida ao carnaval do Brasil. A diferença é que agora esta fazendo uns 5 ou 6 graus e as mulatas tem que dançar de tanguinha e bustiê, e algumas plumas, como no Rio de Janeiro. O povo quer ver e sentir como se estivesse lá no patropi a 40 graus na sombra. É uma boa época pra trabalhar e ganhar uns trocos extras alem de ver os amigos brasileiros que muitas vezes só vemos nesses eventos. Agora estou no Cyber do paquistanes da esquina como sempre. Já mandei uns e-mails que seguramente alguns de voces vão receber, li a folha on line e dei essa escrividinha rápida, nas coxas. Só pra matar a vontade de ser escritor por uns minutos.

domingo, janeiro 16, 2005

Pagode de Protesto ou Samba da Vergonha



















Letra e Musica: Cesar Pope

Esse samba vai pra Lenine. Cazuza e Chico Science

Quanta besteira se fala hoje em dia
Sucesso atual é uma porcaria
Toda letra tem alguma sacanagem
O samba acabou na picaretagem

Só ouço palavrão e muita baboseira
Mulher e futebol e um monte de besteira

Bundinha e popozão, peitinho e cabeça.
Mãozinha para o alto, pézinho não se esqueça.
Isso é um assalto, seqüestro da beleza.
Cantor de meia boca ganhando na moleza. Tem

Refrão laiá laiá, ou turu tutu
Só falta é mandar você tomar no cu
Gorjeta e jabá na televisão
Éguinha Pocotó no Domingo do Faustão

Domingo é o Show e a família passa mal
Pagode e sertanejo, é tudo um bacanal.

CD no camelô de Axé siliclonado
O povo ta comprando lixo de punhado
Aonde foi parar aquela poesia
Se era bossa-nova a gente sempre ouvia. Bem

Chega dessa merda, desse papo escroto.
Brasil não é bueiro nem vive no esgoto


E aí cumpadi Milton?
Fala aí cumpadi Tom
Como é que é cumpadi Chico?
É isso aí cumpadi Gil

Caetano ta na parada. É e tem Chico César também. Fala Rita Lee
Adoniran, Pixinguinha, Noel, João Bosco e muitos mais...
Arnaldo, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Zeca Baleiro e Cássia Eller.
A música daqui está cheia de riqueza, é ou não é?
Vamos tocar pra frente que aí vem o Zeca Pagodinho.

2005 começa depois do Carnaval













De acordo com o sistema blog, em que os artigos novos vão se colocando no alto. Eu resolvi escrever do fim pro começo. Então hoje que é o dia D e agora é a hora H. Aqui estou eu num cyber café do bairro Poble Sec em Barcelona. A 10 minutos das Ramblas. É um dos muitos cybers regentados por paquistaneses. Eu que sou um apaixonado pela cultura oriental e especialmente a do antigo Hindustan, que englobava a Índia, Paquistão e quiça Bangladesh, tenho aqui um pouco de contato com essa cultura e essa gente tão simpástica. Tambem tenho ao lado de casa muitos lugares pra comer e tomar chá. Shawarmas, samozas, xai, e muitas outras delicadezas desse povo. Disfruto muito inclusive com a música estridente que muitas vezes me acorda de manhã ou que soa num carro que passa ao lado. Cheguei em Barcelona dia 28 de dezembro de 2004, depois de passar 2 meses no Brasil. Quase que exclusivamente no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Ali estão os meus pais, seo Dito e dona Araci. Os dois aposentados e dedicando-se a viver. Cuidando de plantas, cozinhando novas receitas e passeando, ou seja, disfrutando da vida tranquila de uma cidade grande porém bonita como é São José dos Campos. Ali tenho tambem a maioria dos meus amigos. Gente importante na minha vida porque temos uma historia em comum. Poderia dedicar um livro inteiro só pra falar desse povo. Gente que em sua maioria são artistas ou ao menos sensíveis à arte e delicadas na sua intimidade, apesar de que alguns tenham posicionamentos radicais.
Quando chegamos na cidade, em 1980, a primeira sensação que tive foi de perda pois deixava atrás quase 20 anos de vida numa cidadezinha do interior sem muitas ambições nem horizontes ilusionantes. Sentimento que ainda tenho quando vou lá, sempre no natal.
São José era outra coisa, com aqueles prédios enormes e modernos, a área verde do banhado, a proximidade com São Paulo, Serra da Mantiqueira e o Litoral Norte. Assis estava longe de tudo. Aqui eu me sentia perto das coisas e elas aconteciam. Aqui já podia ver vários canais de TV não só a Globo, que entre outras coisas, ajudavam a dissimular a dor da mudança e o medo ao desconhecido.

Vida Digital












E m c a s a

Computador: PC do B
Receptor de TV: Generalizando, TV nem a cabo... quem diria
Sinal de TV: Antenado
Som: Alto e distorcido
Telefone: DDDrim
Conexão internet: Jeca Link Dreams
DVD: Tô DVendendo o VDV
Videogame: Gamado no Game
Outros: Todos os outros menos este N o t r a b a l h o
Computador: PC, ProC, PraoC, Prela, o Macintoshico
S e m p r e c o m i g o
Celular: Na celula do lar. Mãe é mãe, o resto é vaca
Máquina fotográfica: Rolei o Flex
Walkman: Sim, sou um homem que anda muito pra frente
Computador de bolso: No meu bolso só entra nota com puta dor. Sou anti moeda

Trabalho Duro


Emprendimentos Sem Fim S/A
Entrei em: Outubro/1962 -

O trabalho cansa e estraga a roupa.

Escola da Vida



Tipo: Mestrado
Curso: Aprendiz de Ser Humano
Entrei em: Outubro/1962 - Cursando Atualmente o 3º ciclo

Nasci pelado e sem dente. O que veio foi lucro. Agora estou aprendendo a ser humano. A ser pessoa. É uma tarefa difícil porque me meteram tantos pecados originais que não sei como livrar-me desse peso. Acredito em todos os Deuses possíveis e imagináveis. Creio em todas entidades do bem e do mal. Não acredito em Elvis nem em nenhum outro astro norte americano. Não voto, não cuspo no chão nem dou esmola. Só creio no recreio. Na hora do intervalo é que a gente aprende mais. Depois de morto eu quero ser lembrado como um ser muito vivo. As principais materias desse curso eu acho que são as primas e por isso não saio de cima delas. Quero encontrar o ponto G da vida porque ele é o X da questão e na hora H não quero ficar P da vida. Seria o Ó.

Os primordios no interior paulista



Nasci bem pequenino do tamanho de um bebê de 9 meses e cheio de ilusões. Coisa que não mudou muito até agora pois tenho muita ilusão, mas bem sou um iludido. A minha tribo morava lá no interior de São Paulo, numa cidade chamada Assis. Lugar quente e chato pois só tem peão, boi, moto e soja.Um monte de coisa que pode cheirar dinheiro mas na verdade o dinheiro é que cheira a outra coisa, como a bosta de vaca ou um tipo de farinha especial para levantar os animos da peãozada.Ali aguentei quase 20 anos da minha curta vida. Digo curta pois a cada dia vejo como se estreita o funil da inocência e o tempo parece passar muito mais rápido do que eu gostaria. E foram muitos anos entre brincar de índio e fazer palhaçadas com os amiguinhos da escola, lugar onde aprendíamos de tudo menos o que nos ensinavam. Coisas da pedagogia que só Gilberto Freire explica. Mas guardo até hoje a lembrança daqueles tempos ingênuos e livres, sem medo de problemas futuros ou de fantasmas presentes. O negócio era brincar na enchorrada que produziam cachoeiras no meio da rua, depois de uma chuva de verão daquelas de lavar a alma. Roubar frutas no quintal alheio, amansar cavalo bravo no pasto do vizinho, nadar no açude de água barrenta, pular do cipó no rio e pegar mel com a mão sem medo do enxame. Isso sim era vida e saudável como nada. Todo o dia comendo frutas silvestres, correndo atráz de passarinho, pulando cerca pra fugir do tiro de sal, correndo de boi bravo no pasto e principalmente brincando de pique até a noitinha cair, quando meu pai vinha me buscar, já com cara de preocupado. Aquilo era a gloria. De manhã escola, coisa séria que a gente tomava na brincadeira e pela tarde, brincadeira que a gente levava muito a sério. Entre o verde do bosque e o marrom do barro, o azul do céu e o negro das noites mal iluminadasdo, assim passaram-se os meus melhores anos. Quando tudo era só alegria. O campinho de futebol cheio de tocos e gravetos que nós arrancávamos com o dedão do pé nos chutes mal feitos, estava atráz da casa dos irmãos Leandro. Gente simples de origem italiana, quer dizer, falavam alto e gesticulavam muito pra dizer nada. As vezes passávamos lá na casa deles antes da pelada, pra roubar umas mangas no quintal do vizinho e logo chupar nos intervalos do jogo, que era sempre muito competitivo e havia varios times formados na hora. Eu nunca gostei de jogar no gol porque sempre levava bolada na cara quando tentava defender os penaltis com a ousadia de um bom goleiro, mas as vezes não tinha outra solução, quem mandava era a maioria e não tinha dúvida:- voce vai jogar no gol porque o time necessita de um e ninguém quer. Como eu sempre fui dos piores na linha, acabava aceitando, mas pocas vezes por sorte minha.A vida passava tranquila com o meu pai trabalhando na escola como zelador e a minha mãe ainda terminando a faculdade pra logo se tornar professora de química. Uma gloria pois ela fez praticamente todos os seus estudos depois de casada, com o apoio e a paciência do meu pai, que muitas vezes ficava comigo vendo televisão até que eu dormisse e ele então me levava pra cama nos braços, depois de um copo de leite quente com chocolate.

sábado, janeiro 15, 2005

Aqui começa a Viagem

Bom...acho que tomei vergonha na cara e resolvi escrever apesar desse teclado escroto do Easy Cyber café da Ramblas (lembram? no mais nas Ramblas do planeta, do Caetano) que não tem as teclas claras e voce tem que ficar buscando-as. Mas como eu ia falando, resolvi escrever e botar tudo pra fora como num tipo de despejo ou "descarrego" emocional e criativo. Sempre pensei: Oque vão dizer os meus amigos jornalistas e poetas, quando verem o que eu fiz com a língua. Não sei por onde começar pois tenho muita coisa dentro. Mania de acumular, palavra que me deixa cabreiro pois tem cu e mula juntos. Só pode dar em merda mas vamos lá.