segunda-feira, junho 25, 2007
ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO
Estratégias e técnicas para a manipulação da opinião pública e da sociedadepor Sylvain Timsit1- A estratégia da diversãoElemento primordial do controle social, a estratégia da diversão consisteem desviar a atenção do público dos problemas importantes e da mutações decididaspelas elites políticas e econômicas, graças a um dilúvio contínuo de distraçõese informações insignificantes.A estratégia da diversão é igualmente indispensável para impedir o públicode se interessar pelos conhecimentos essenciais, nos domínios da ciência,da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais,cativada por assuntos sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado,ocupado, sem nenhum tempo para pensar, voltado para a manjedoura com os outrosanimais" (extraído de "Armas silenciosas para guerras tranquilas" )2- Criar problemas, depois oferecer soluçõesEste método também é denominado "problema-relaçã o-solução". Primeiro cria-seum problema, uma "situação" destinada a suscitar uma certa relação do público,a fim de que seja ele próprio a exigir as medidas que se deseja fazê-lo aceitar.Exemplo: deixar desenvolver- se a violência urbana, ou organizar atentadossangrentos, a fim de que o público passe a reivindicar leis securitáriasem detrimento da liberdade. Ou ainda: criar uma crise econômica para fazercomo um mal necessário o recuo dos direitos sociais e desmantelamento dosserviços públicos.3- A estratégia do esbatimentoPara fazer aceitar uma medida inaceitável, basta aplicá-laprogressivamente, de forma gradual, ao longo de 10 anos. Foi deste modo quecondições sócio-econômicas radicalmente novas foram impostas durante os anos1980 e 1990. Desemprego maciço, precariedade, flexibilidade, deslocalizações,salários que já não asseguram um rendimento decente, tantas mudanças queteriam provocado uma revolução se houvessem sido aplicadas brutalmente.4- A estratégia do diferimentoOutro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la como "dolorosamas necessária", obtendo o acordo do público no presente para uma aplicaçãono futuro. É sempre mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifícioimediato. Primeiro porque a dor não será sofrida de repente. A seguir, porqueo público tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que "tudo irá melhoramanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porqueisto dá tempo ao público para se habituar à idéia da mudança e aceitá-lacom resignação quando chegar o momento.Exemplo recente: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e econômicaforam aceites pelos países europeus em 1994-95 para uma aplicação em 2001.Outro exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement ofthe Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do continente americanoainda reticentes, concedendo uma aplicação diferida para 2005.5- Dirigir-se ao público como se fossem crianças pequenasA maior parte das publicidades destinadas ao grande público utilizam um discurso,argumentos, personagens e um tom particularmente infantilizadores, muitasvezes próximos do debilitante, como se o espectador fosse uma criança pequenaou um débil mental.Exemplo típico: a campanha da TV francesa pela passagem ao Euro ("os diaseuro"). Quanto mais se procura enganar espectador, mais se a dota um tominfantilizante. Por que?"Se se dirige a uma pessoa como ela tivesse 12 anos de idade, então, devidoà sugestibilidade, ela terá, com uma certa probabilidade, uma resposta ouuma relação tão destituída de sentido crítico como aquela de uma pessoa de12 anos". (cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas")6- Apelar antes ao emocional do que à reflexãoApelar ao emocional é uma técnica clássica para curto circuitar a análiseracional e, portanto, o sentido crítico dos indivíduos. Além disso, a utilizaçãodo registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente paraali implantar idéias, desejos, medos, pulsões oucomportamentos.7- Manter o público na ignorância e no disparateActuar de modo a que o público seja incapaz de compreender as tecnologiase os métodos utilizados para o seu controle e a sua escravidão. Estimulardesejos absurdos por coisas inacessíveis, como sutiãs cravejados de diamantese hotéis de sete estrelas com quartos banhados a ouro."A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser da espécie maispobre, de tal modo que o fosso da ignorância que isola as classes inferioresdas classes superiores seja e permaneça incompreensível pelas classes inferiores".(cf. "Armas silenciosas para guerra tranquilas")8- Encorajar o público a comprazer-se na mediocridadeEncorajar o público a considerar "de acordo" o facto de ser idiota, vulgare inculto.9- Substituir a revolta pela culpabilidadeFazer crer ao indivíduo que ele é o único responsável pela sua infelicidade,devido à insuficiência da sua inteligência, das suas capacidades ou dos seusesforços. Assim, ao invés de se revoltar contra o sistema econômico, o indivíduose auto-desvaloriza e auto-culpabiliza, o que engendra um estado depressivoque tem como um dos efeitos ainibição da ação. E sem ação, não há revolução!.10- Conhecer os indivíduos melhor do que eles se conhecem a si própriosNo decurso dos últimos 50 anos, os progressos fulgurantes da ciência cavaramum fosso crescente entre os conhecimentos do público e aqueles possuídose utilizados pelas elites dirigentes. Graças à biologia, à neurobiologiae à psicologia aplicada, o "sistema" chegou a um conhecimento avançado doser humano, tanto física como psicologicamente. O sistema chegou a conhecermelhor o indivíduo médio do que este se conhece a si próprio. Isto significaque na maioria dos casos o sistema detém um maior controle e um maior podersobre os indivíduos do que os próprios indivíduos.
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