Hoje estive participando de uma feira de negócios, franquias e oportunidades. Coisas de um outro mundo do qual não estou acostumado. Homens de gravata, mulheres bonitas e sorridentes. Isso sim estou acostumado, a mulheres bonitas e sorridentes porque as vejo com olhos contentes e as faço sorrir com minhas maneiras. Em quanto aos homens de gravata, o último que vi foi um advogado que cuida dos meus problemas com a lei. Mas vamos direto ao assunto do dia, que é o mundo do dinheiro.
O lugar onde estive era uma feira de franquicias, como todo negócio desse tipo um lugar com muito dinheiro pelo meio, pelos lados, por baixo e por cima. Glamour, design, brindes, musiquinha eletrônica e gente fina, ou pelo menos parecendo fina pois hà muito engano tambem. Tipo travesti.
Eu tinha um convite que ganhei por internet e como era de graça, pensei que poderia aproveitar para belicar alguma coisa la dentro, e assim foi.
Nos que promoviam restaurantes eu comi de tudo, sanduiches, batatinhas, canapés variados, cafés e sobremesas. Nos stands de estética tomei uma massagens, fiz as unhas e descansei nas poltronas ergonômicas. Fui passando por todos os lugares várias vezes até que alguns já me reconheciam e davam tchauzinho com a mão. Acabei conquistando amizades.
Entre tantas oportunidades acabei vendo algumas chances de montar um negócio. Recolhi muita publicidade que logo acabaram no lixo, reciclado logicamente. Acabei tomando mais cafés do que devia e agora tenho azia.
Tenho comigo umas 10 canetas, 3 blocos de anotações, calendários de todo tipo, chaveiros, bolsas variadas e uma montanha de revistas especializadas.
Achei uma coisa interessante entre várias. A oportunidade de representar uns subministradores de maquinas de café com exclusividade da Nestlé. Chance de ganhar um dinheiro com uma inversão pequena mas com o incoveniente de um contrato mínimo de 5 anos, além do mais, se trata da Nestlé, uma das empresas mais funestas do planeta. Manipuladora de preços e quase um monopólio do negócio de cafés e chocolates no mundo. Uma empresinha de fundo de quintal da Suiça. Terra de pobres leiteiros e fabricantes de canivetes.
Mas o dinheiro é o que importa nesse momento, e sempre, quando não se tem.
Foi uma tarde muito proveitosa em que eu comi, bebi e me relaxei de graça, ademais vi umas luzinhas no fim do túnel. O problema é que para chegar até lá tenho que engolir o sapo suiço sem tampar o nariz nem pensar nos amigos do brejo. Prometo que se ganho dinheiro, só comprarei café da cooperativa.
Estive este fim de semana em Zaragoza, tocando com Lord Sassafras, um amigo DJ e produtor musical. Foram 4 apresentações em pequenos locais distribuidos pelo centro historico dessa cidade central da Espanha.
A experiência é nova para mim a pesar de haver provado alguma vez com a musica eletrônica. O meu amigo é quem controla os loops e fragmentos sonoros em que eu, encima, vou colocando as vozes, o violão, o cavaquinho e as percussões. O público em geral gostou da proposta. Isso se vê na cara do povo. Quando há mais sorrisos, é que a coisa funciona. Eu tive a delicadeza de lembrar velhas canções da MPB e colocá-las no repertório, o que deu um toque retro ao negócio. Eles adoram isso.
A cidade de Zaragoza é onde a Zara gosa e as outras tambem se voce der o que elas querem e desejam. Eu dei e tambem gozei.
Esta é uma cidade com muita luz. É incrível a luminosidade dessa cidade.
Coincidimos nesse fim de semana com um campeonato de basquete, a copa do rei. E ganhou um time da Andaluzia contra o Madri. Ista já é outro gozo. Alí são muito anti Madri e eu tambem sou anti poder, que é o que significa hoje esse time e essa corporação.
Fiz algumas amizades muito interessantes. Gente das artes, poetas, musicos e tambem gente comúm porem inquietas. Gostei de ver.
Devemos repetir no mes que vem com algumas atuações alí.
Agora já estou em barna (que é como se chama Barcelona, uma espécie de Sampa), barça é o time de futebol. Só para deixar claro o assunto.
Aquí como sempre me sinto em casa e afinal é a minha casa desde 1990.
Hoje chega nosso companheiro de AP, o Kike, um engenheiro Sem Fronteiras que esteve en El Salvador por 4 meses num projeto solidário. A ver o que ele conta dessa experiência tão original e estimulante.
Hoje o dia esta nublado e frio mas me sinto confortável depois desses dias fora do ninho. Nada como a casa da gente, ainda que seja pior do que as outras.
Agora sou um ser dominante. Tenho um dominio no outro lado do mundo, em um pais que me da a oportunidade de ter meu proprio lugar ao sol de internet. Agora sou um novo homem, com meu nome escrito em letras grandes, nas linhas da rede. Todo mundo pode entrar e sair da minha casa quando quizer. Isso é fantástico. Vou me informar sobre este pais tão simpático que me abriu as portas sem me conhecer e confiou em mim um dos seus cantinhos para que eu possa fazer o quer der na telha. Não vou decepcionar este povo humilde e solidario com uma pagina porno ou qualquer coisa parecida. Por enquanto só estou redirecionando este blog. Comentem. Escrevam. Abram-se para essa nova experiência. Entrem na minha casa virtual. Sintam-se a vontade como se a casa fosse sua. E é.